... da totalidade das coisas e dos seres, do total das coisas e dos seres, do que é objeto de todo o discurso, da totalidade das coisas concretas ou abstratas, sem faltar nenhuma, de todos os atributos e qualidades, de todas as pessoas, de todo mundo, do que é importante, do que é essencial, do que realmente conta...
Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano IV Número 47 - Novembro 2012

Editorial

«Morrer é só não ser visto.»
Fernando Pessoa, in A Morte é Um Caminho
TUDA Novembro, em luto, novamente! Mórbido é não falar da morte, enigma maior da vida humana. Se é complexo lidar com perdas, mais complexo ainda lidar com a morte. De todas as separações, a morte é a mais temida, seja pela ansiedade da separação, ou pelo vínculo e saudade da pessoa perdida.

Na medida em que a consciência da morte não pode ser evitada, ela não deveria ser vista como um inimigo a vencer, mas sim como parte integral da vida que dá um sentido a existência humana, independentemente de crenças. Falar de morte dos outros conduz inevitavelmente cada um à sua própria finitude, e por mais que se abomine-a, é o grande momento da vida do ser humano. "Na morte completa-se a vida. Não existe viagem sem chegada. Não existe caminho sem destino. Não existe vida sem morte. Não se refletindo sobre o mistério da morte, não se reflete sobre o mistério da vida." (Philippe Ariès)

Neste Halloween, Finados, ou como quer que chamem, TUDA decidiu comemorar a morte ao invés de condoê-la... E TUDA vem com tudo e (quase) todos novamente, explorando um pouco esse sentimento na poesia de Drummond, e nos temas visuais, onde possível. Além dos já esperados pindaíbicos - Arnaldo Xavier, Souzalopes, Roniwalter Jatobá, José Geraldo de Barros Martins e este mesmo que vos escreve - TUDA traz muita gente boa, como sempre: confiram na Dívida Interna!

QG de TUDA Novembro

É isso aí, companheiros. Na suja LabUTA da monotonia, que não bastassem as perdas do dia-a-dia, nao bastassem o apego e o desapego, a ausência e a presença, ainda nessas horas manifestam-se ao redor os lutos atrasado, crônico, platônico e mascarado... e facilitar esses lutos é abrir-se a sentimentos e aceitar perdas posteriores. Fui...

Asyno Eduardo Miranda
o (auto-proclamado) editor
deste porto quasiseguro de Pyndorama
oje, terçeirº dia do dezº primeirº mez
d este Anno Domini de MMXII